segunda-feira, 29 de outubro de 2012

FURACÃO SANDY É REBAIXADO PARA CICLONE E ATINGE COSTA LESTE DO EUA


Ciclone pós-tropical Sandy atinge costa leste dos EUA

Atualizado em  29 de outubro, 2012 - 22:46 (Brasília) 00:46 GMT
Sandy / Reuters
Reclassificada como ciclone pós tropical, Sandy atingiu a costa sul de Nova Jersey
Rebaixado ao nível de 'tempestade pós-tropical' por suas características climáticas, o furacão Sandy tocou o solo americano na costa sul do Estado de Nova Jersey na noite desta segunda-feira, segundo informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês).
Apesar da mudança de categoria, o órgão alertou que a chuva torrencial e os ventos fortes de até 140 km/h não perderam força e podem ainda causar grandes estragos na região.
Autoridades já temem que a tormenta se torne uma das maiores catástrofes naturais da histórica recente dos EUA, causando prejuízos bilionários e deixando milhares de desabrigados.
Desde o último fim de semana, o ciclone, até então considerado um furacão, já causou a paralisação de importantes serviços em diversos Estados americanos, de cancelamento de voos ao fechamento de escolas e transportes públicos.
Segundo a imprensa americana, pelo menos 2,2 milhões de pessoas em 11 Estados do país, além do Distrito de Colúmbia, já estariam sem luz devido à tormenta. A distribuidora de energia National Grid informou que até 60 milhões de americanos podem ficar às escuras nas próximas horas.
As chuvas torrenciais e os ventos fortes também já forçaram milhares a abandonar suas casas e apartamentos.
Os meteorologistas previam que a colisão da tempestade com uma frente fria, assim que a tormenta atingisse o solo americano, criaria uma "super tempestade" que provocaria um aumento rápido do nível do mar e dos rios, possíveis tempestades de neve e cortes de energia da Carolina do Norte ao Maine.
Foto: Getty
Fachada de edifício em Chelsea cedeu com ventos fortes
As autoridades afirmaram, ainda, que as marés altas, influenciadas pela lua cheia, podem elevar o nível do mar em mais de quatro metros.
Subiu também de nove para 12 o número de Estados americanos a declarar estado de emergência, além do distrito de Colúmbia, onde se localiza a capital do país, Washington.
Devido à tempestade, mais de 2 milhões de estudantes tiveram as aulas canceladas em Nova York, Filadélfia, Boston e Baltimore, enquanto o acesso a universidades e repartições federais em Washington, além de edifícios públicos foi bloqueado.
A Bolsa de Nova York foi fechada nesta segunda-feira e permanecerá sem operar na terça-feira. Desde 1985, o pregão da cidade não era fechado por causa de um fenômeno climático, quando o furacão Glória atingiu a 'Big Apple'.
A tormenta também provocou o cancelamento de milhares de voos, incluindo entre o Brasil e os EUA. Pelo menos 16 voos foram cancelados entre os dois países.

Nova York em alerta

Uma das cidades onde a tempestade pode causar grandes estragos é Nova York, alertam os especialistas. As ruas da 'Big Apple' amanheceram vazias nesta segunda-feira.
O sistema de transportes públicos, como o metrô da cidade, permanece interrompido.
Na noite desta segunda-feira, a fachada de um prédio no distrito de Chelsea, em Manhattan, desmoronou.
Autoridades bloquearam as ruas próximas a um edifício residencial de 80 andares em construção, onde um guindaste corria o risco de cair de tanto balançar.
Como medida de precaução, foram retiradas mais de 375 mil pessoas das áreas de risco e, posteriormente, transferidas para 76 abrigos montados em escolas.
Mais cedo, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, foi enfático em sua recomendação: "Não seja idiota, saia".
Muitos moradores estão estocando alimentos e mantimentos como forma de precaução.
O presidente Barack Obama e seu rival, o republicano Mitt Romney, tiveram de cancelar diversos eventos de suas campanhas para a Presidência dos Estados Unidos.
Votações antecipadas, que estavam previstas para ser realizadas em diferentes partes do país, foram canceladas.
Por onde passou, o furacão Sandy causou estragos. A tormenta atravessou o Caribe na semana passada, deixando pelo menos 67 mortos, 51 dos quais no Haiti.