segunda-feira, 16 de abril de 2012

MOTIM DE DETENTOS EM SERGIPE


Rebelião em penitenciária do Sergipe já dura mais de 18 horas
Mais de 400 presos protestam, munidos de escopetas furtadas da sala de armas do prédio
Foto: SSP-SE/Divulgação




Mais de 150 policiais militares, civis e agentes penitenciários tentam negociar o fim da rebelião dos presos do Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, em Aracaju (SE), iniciada no domingo por volta das 14h. Em torno de 470 detentos renderam ontem três agentes durante uma visita a um dos pavilhões da unidade prisional. Além disso, mais de 100 familiares dos presos, entre mulheres e crianças, são feitos reféns na penitenciária.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Sergipe, alguns desses familiares apoiam a revolta dos presos, que estão munidos de facas e duas escopetas furtadas da sala de armas do prédio. Colchões foram queimados, e os agentes rendidos estão algemados e são ameaçados com armas brancas improvisadas. Os mais de 400 detentos protestam contra maus-tratos na unidade, revista truculenta nas visitantes mulheres e má alimentação, além de reivindicarem o fim do isolamento como medida de punição. A Secretaria descarta a possibilidade de invasão ao prédio.

No começo da rebelião, os internos utilizaram materiais metálicos e madeira para destruir parte das instalações internas do presídio. Depois de terem tomado quase todas as áreas, eles passaram suas principais exigências, que foram entregues ao capitão da Policia Militar Marcos Carvalho, especializado em gerenciamento de crises. O governo estadual formou ainda uma comissão para negociar com os detentos, composta pelos secretários de Justiça e de Defesa ao Consumidor, Benedito Figueiredo, de Segurança Pública, João Eloy de Menezes, o juiz Hélio Mesquita e o promotor José Cláudio, da Vara de Execuções Penais, além de representantes da PM e da Defensoria Pública. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também participam da mobilização.