Rodoviários vão paralisar
atividades no dia 15
A decisão foi tomada na
tarde desta quarta-feira (9), durante uma assembléia geral.
Foto: Leandro Santos/O Estado
Assembleia dos Rodoviários
SÃO
LUÍS - Motoristas, cobradores e fiscais que trabalham no transporte coletivo de
São Luís paralisam as atividades por tempo indeterminado a partir das 0h de
terca-feira (15). A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (9), durante
uma assembleia geral dos rodoviários, realizada na sede do sindicato que
representa a classe.
De
acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário
do Estado do Maranhão (STTREMA), Dorival Sousa, a greve é necessária, pois os
empresários do setor de transporte da capital, representados pelo Sindicato das
Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), se recusam a atender
às reivindicações dos rodoviários.
Motoristas,
cobradores e fiscais de coletivos querem um reajuste salarial de 16%,
tíquete-alimentação de R$ 450 e inclusão de mais um dependente nos planos de
saúde e odontológico.
Segundo
o presidente do STTREMA, a justificativa, apresentada pelos empresários nas
últimas rodadas de negociações, de que eles não têm condições financeiras para
conceder o reajuste não é aceitável. "Nós não podemos ficar à mercê dos
empresários, que alegam não ter condições financeiras de conceder o reajuste e,
mesmo assim, continuam operando o sistema de transporte", pontuou Sousa.
Ele
frisou que existe necessidade de concessão do reajuste salarial e outros
benefícios por causa das condições de trabalho dos rodoviários. "Nós temos
uma jornada de trabalho estressante. Trabalhamos de domingo a domingo sem nos
pagarem hora extra e em ônibus precários", avaliou Dorival Sousa.
Sem
condições
Na
manhã de ontem, o superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, reiterou que
os empresários não têm condições de atender às reivindicações dos rodoviários
por causa de dificuldades financeiras. De acordo com Siqueira, os dois anos que
passaram sem reajuste no valor das tarifas de coletivos de São Luís; o reajuste
salarial de 8% conseguido pelos rodoviários no ano passado; o aumento nos
custos dos insumos, como combustíveis e as peças dos ônibus, a fraude nas
gratuidades e a atuação dos transportes clandestinos são fatores que estão
causando prejuízos financeiros aos empresários do setor e, por isso, eles estão
impossibilitados de conceder o reajuste salarial pretendido pelos rodoviários.
"Por isso, o consenso entre as duas partes é difícil", analisou o
superintendente do SET.