Rebelião em penitenciária
do Sergipe já dura mais de 18 horas
Mais de 400 presos protestam, munidos de escopetas
furtadas da sala de armas do prédio
Foto:
SSP-SE/Divulgação
Mais de 150 policiais militares, civis e agentes
penitenciários tentam negociar o fim da rebelião dos presos do Complexo
Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, em Aracaju (SE), iniciada no
domingo por volta das 14h. Em torno de 470 detentos renderam ontem três agentes
durante uma visita a um dos pavilhões da unidade prisional. Além disso, mais de
100 familiares dos presos, entre mulheres e crianças, são feitos reféns na
penitenciária.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do
Sergipe, alguns desses familiares apoiam a revolta dos presos, que estão
munidos de facas e duas escopetas furtadas da sala de armas do prédio. Colchões
foram queimados, e os agentes rendidos estão algemados e são ameaçados com
armas brancas improvisadas. Os mais de 400 detentos protestam contra
maus-tratos na unidade, revista truculenta nas visitantes mulheres e má
alimentação, além de reivindicarem o fim do isolamento como medida de punição.
A Secretaria descarta a possibilidade de invasão ao prédio.
No começo da rebelião, os internos utilizaram
materiais metálicos e madeira para destruir parte das instalações internas do
presídio. Depois de terem tomado quase todas as áreas, eles passaram suas
principais exigências, que foram entregues ao capitão da Policia Militar Marcos
Carvalho, especializado em gerenciamento de crises. O governo estadual formou
ainda uma comissão para negociar com os detentos, composta pelos secretários de
Justiça e de Defesa ao Consumidor, Benedito Figueiredo, de Segurança Pública,
João Eloy de Menezes, o juiz Hélio Mesquita e o promotor José Cláudio, da Vara
de Execuções Penais, além de representantes da PM e da Defensoria Pública. O
Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também
participam da mobilização.